Saúde de acordo com a OMS: o básico do básico do básico

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”. Isso quer dizer que não é porque você não tem alguma doença crônica que você seja saudável. Claro que, pela OMS ser um órgão também atrelado a políticas públicas, esse conceito vai além de simples recomendações para uma melhor qualidade de vida. Mas, como não é meu propósito aqui debater essas questões, vou me ater às diretrizes básicas de saúde.

Também de acordo com a OMS, as doenças não transmissíveis (DNTs), como doenças cardiovasculares, diabetes, cânceres, doenças respiratórias crônicas e condições de saúde mental, são a maior ameaça à saúde no mundo, e são responsáveis por mais de 70% do total de mortes prematuras anual. Essas doenças estão fortemente ligadas a fatores de risco como má alimentação, sedentarismo, excesso de gordura corporal, tabagismo e uso de álcool, ou seja, fatores de risco MODIFICÁVEIS (e mortes evitáveis) que nós, seres humanos, dotados de um cérebro que pensa, podemos e devemos controlar (caso a gente queira ter uma vida saudável e menor possibilidade de adoecer em médio e longo prazo).

A minha experiência

Eu, Cristine, fui uma jovem vida louca, fumava (quando bem jovem, todos os dias e depois me tornei aquela “fumante quando bebe”), bebia (também quando jovem basicamente dia sim e dia não e depois de um tempo “somente” aos finais de semana) e, apesar de cada vez mais fora do meu peso, achava que tava tudo bem, afinal, meus exames estavam ok. Ledo engano. Exames ok não significam que você está saudável, e muitas vezes apenas significam que você ainda não está com alguma doença – embora (no meu caso) com a saúde mental bem destruída, a autoestima lá no chão e já com algumas interferências na qualidade de vida, como intestino bem desregulado, refluxo, cansaço eterno e outras questões. Como bem pontua a OMS, saúde não é apenas ausência de doença.

E aí que eu fui atrás de saber o que eu precisava fazer antes de mais nada pra colocar minha saúde em dia. Li muito, pesquisei, entendi o que era cientificamente comprovado e o que era somente lorota e, adivinha?, eu “só” precisava fazer o BÁSICO. Sim, o BÁSICO, aquilo que pouquíssima gente faz, principalmente porque a gente vive em um mundo que nos empurra pro lado oposto disso, e as pessoas que fazem o BÁSICO são tidas como “bitoladas”, “fitness”, “chatas”. E no início foi assim que eu me senti, meio remando contra a maré por fazer o mínimo recomendado pela OMS, baseado em evidências científicas ROBUSTAS, comprovadas e recomprovadas.

E quais são as diretrizes básicas de saúde recomendadas pela OMS?

Vamos lá. São elas:

NÃO FUMAR: Quem diria, né? De acordo com a OMS, fumar (e isso inclui qualquer tipo de erva, não só tabaco, e também vape, obviamente) por toda a vida faz com que as pessoas percam uma média de 10 (DEZ) anos de vida. Fumar afeta quase todos os órgãos do corpo humano e não precisa nem dizer que é uma grande causa de infarto, AVC e cânceres (pulmão, principalmente, mas muitos outros estão ligados ao fumo).

BEBER MENOS ÁLCOOL, DE PREFERÊNCIA, ZERO: Atualmente, a OMS recomenda zero álcool, afirmando que não existe dose segura. Sabe aquele vinhozinho todo dia que um estudo lá atrás sugeriu que seria benéfico? É mentira! Esse estudo inclusive foi retratado. O álcool é, na verdade, uma substância tóxica, psicoativa e que causa dependência, além de estar ligado a mais de 200 condições de saúde e outros riscos, como acidentes de trânsito, violência e suicídio. Claro que quanto mais se bebe, mais riscos, mas beber pouco já traz algum risco.

TER UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: Aqui no Brasil, temos o Guia Alimentar para a População Brasileira, que é uma diretriz para guiar as pessoas sobre como manter uma alimentação saudável. Nada que nós não saibamos. De novo, O BÁSICO, mas vamos lá às “quatro dicas de ouro”:

1. Faça de alimentos in natura ou minimamente processados a base de sua alimentação: arroz, feijão, lentilha, ervilha, batata, mandioca, cenoura, brócolis, farinhas, leite, ovos, carnes, etc. etc. etc. Tudo que já vem pronto da natureza ou que passa por processos mínimos para serem consumidos.

2. Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias: isso vale pra qualquer óleo, de margarina a manteiga, de azeite a óleo de soja, de sal do Himalaia a sal “comum”, de açúcar demerara, mascavo, a açúcar “comum”. Não faz diferença.

3. Limite o uso de alimentos processados: pães, queijos, iogurtes com açúcar, conservas, compotas, etc. Precisa excluir? Não! Mas limite.

4. Evite alimentos ultraprocessados: de novo, não precisa excluir, mas é de bom tom que salgadinhos, refris, miojo, salsicha, pipoca de micro-ondas, bolacha recheada, chocolates, etc. sejam a exceção da exceção da sua dieta.

MANTER-SE FISICAMENTE ATIVO: Não, a gente não nasceu pra ficar o dia inteiro sentado na frente do computador, sair pra comprar pão de carro e dar menos de mil passos por dia. Nosso corpo precisa de movimento pra funcionar de forma satisfatória. E o BÁSICO da atividade física para adultos de 18 a 64 anos é PELO MENOS de 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada por semana, como uma caminhada e/ou de 75 a 150 minutos de atividade aeróbica intensa, como corrida. Além disso, a OMS recomenda exercícios de força NO MÍNIMO duas vezes por semana, como musculação ou pilates.

E, com essas informações em mente, eu fui, de pouco em pouco, mudando meu estilo de vida, e cada mudança foi me trazendo uma vida muito melhor, uma sensação de “é assim que eu quero viver, é isso que eu preciso”. E hoje eu tenho orgulho de dizer que:

  • Faz 3 anos que não fumo
  • Faz 4 meses que não bebo álcool (essa mudança aqui demorou, viu?)
  • Faz 5 anos que faço dieta com nutricionista (sem restrições malucas, uma dieta maravilhosa e superequilibrada)
  • Faz 5 anos que faço de 4 a 5 sessões de musculação por semana, e de 6 a 7 sessões de cárdio (fazia caminhada rápida e tô começando a dar umas corridinhas)

E quer saber? Não é fácil mudar, mas depois que muda, é só alegria!

Bóra começar?

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